Nos últimos meses, temos ouvido repetidamente a acusação, por parte da oposição, de que o Município ou, mais precisamente, a sua presidente, governa a Câmara a partir de um plano de marketing como se toda a sua ação governativa se resumisse a esse “documento”. Esta narrativa, porém, carece de fundamento: será que existe esse plano de marketing, formalmente elaborado pelo Município? E, se sim, onde podemos conhecer as linhas orientadoras da atuação municipal, já que é este o verdadeiro documento “governativo”?
Tanto quanto sabemos, tal documento não existe. Mas, a existir, importa esclarecer os que queiram compreender verdadeiramente o que é um plano de marketing. Trata-se de um documento de gestão que, por definição, é “um guia que orienta as ações do setor com a missão de alcançar os objetivos propostos e contribuir para o crescimento da entidade.” Em outras palavras, é um instrumento estratégico que reúne todas as ações de marketing a serem implementadas num determinado período.
Entre os seus elementos essenciais, um plano de marketing deve incluir uma fase de diagnóstico, que contempla a análise SWOT (também conhecida como análise FOFA), uma ferramenta que permite identificar os pontos fortes, os pontos fracos, as oportunidades e as ameaças da organização. Segue-se a definição do público-alvo e do posicionamento da entidade, bem como o estabelecimento de metas e objetivos. Com base nisso, delineia-se a estratégia de marketing a adotar. Por fim, e não menos importante, devem ser criados indicadores que permitam avaliar se a organização está a seguir o rumo certo.
Assim, por que motivo faço questão de explicar como se desenvolve um plano de marketing? A resposta é simples: para deixar claro que, neste momento, não existe um verdadeiro plano de marketing do Município — muito menos da sua presidente. E não se trata de dizer que seria ilegítimo o Município possuir um plano de marketing; pelo contrário, essa é uma ação que pode integrar uma política de gestão estruturada, com objetivos bem definidos e mecanismos de avaliação eficazes.
No entanto, o que temos vindo a presenciar por parte da oposição é uma tentativa constante de descredibilizar a comunicação institucional do Município, como se informar a população fosse um abuso ou parte de um suposto “megalómano plano de marketing”. Naturalmente, existem regras claras sobre como a comunicação pública deve ser feita — e essas regras devem ser, e são, cumpridas. Ainda assim, é completamente injustificado tentar transformar a divulgação do trabalho realizado — seja ele material ou imaterial — numa manobra de propaganda. É de elementar justiça que a população conheça aquilo que está a ser feito no concelho. Só assim poderá formar uma opinião informada e comparar, com rigor, o que se faz na sua freguesia com o que se realiza nas restantes.
Claro que tentar fazer passar essa ideia vai ao encontro de outra narrativa igualmente errada que têm tentado impor: a de que há uma ausência de obra e de visão estratégica por parte do Município.
Basta, por exemplo, olhar para o relatório de atividades apresentado na última Assembleia Municipal para constatar a quantidade e diversidade de obras em curso ou já executadas.
Entre as intervenções concluídas ou em execução destacam-se:
A requalificação da casa principal da Quinta Dr. Tavares de Almeida (Quinta do Reguengo);
As obras do parque infantil na zona histórica;
A requalificação da Unidade de Saúde de Chave;
A intervenção no Casarão da Escola Secundária de Arouca;
O início da empreitada do Parque de Saúde de Arouca — uma obra estruturante que permitirá melhorar significativamente os cuidados de saúde primários;
A reabilitação da parte afetada pelos incêndios dos Passadiços do Paiva;
A requalificação da zona central de Chave, no âmbito da Estratégia Local de Habitação;
A reconversão e construção de edifícios em Santa Maria do Monte;
O loteamento habitacional da Quinta do Cerrado, com alterações em dois edifícios de habitação coletiva;
A empreitada do Centro Cívico e Comunitário de Cabreiros;
A remodelação de três polidesportivos (dois na vila e um em Santa Eulália);
A introdução de modos suaves entre Alhavaite e Burgo;
A requalificação da Biblioteca Municipal;
A melhoria do acesso ao santuário de Nossa Senhora da Abelheira, em Escariz;
A beneficiação do polidesportivo de Moldes;
E a execução da obra no âmbito do Orçamento Participativo de Arouca 2022 — a Namoradeira da Cruz das Eiras.
Além destas, há ainda inúmeras outras intervenções feitas por administração direta em todas as freguesias do concelho, também elas devidamente enumeradas no relatório.
Importa igualmente destacar as obras que se encontram atualmente em concurso ou já em fase de consignação, como:
A empreitada de beneficiação do acesso a Miraves (Chave);
A instalação de postaletes informativos verticais em paragens de transporte público;
A segunda fase da construção da via de ligação Rossio/Nó de Escariz (Variante);
A introdução de modos suaves e a beneficiação da Rua de S. João até ao Largo de S. João, em Tropeço;
A segunda fase da requalificação do Parque de Campismo do Merujal;
A requalificação do Estádio Municipal;
O arranjo exterior da Escola de São João (Tropeço);
A ligação por modos suaves entre o Parque Urbano Gondim, Alhavaite e o Palácio da Justiça;
E a requalificação do Complexo Desportivo de Escariz (Ginásio).
Ficam assim patentes uma verdade e uma consequência: a verdade: que o Município de Arouca tem, efetivamente, obra para apresentar, contrariamente à crítica da oposição; a consequência: que, por muito que tente, o Município não consegue sequer comunicar de forma plena tudo aquilo que realiza. O que, paradoxalmente, contraria por completo a narrativa de que existe um suposto plano de marketing omnipresente.