O Patronato-Centro Paroquial e Social Santa Mafalda, festejou, este sábado, 8 de Novembro, o 75º aniversário. Fundada, em 1949, pelo padre Adriano de Sousa Moreira, esta Instituição Particular de Solidariedade Social arouquense, inicialmente criada para acolher meninas em situação de carência socioeconómica ou de formação, foi acrescentando ao longo dos anos novas estruturas e novas valências, atingindo hoje uma extraordinária dimensão de serviço comunitário, acudindo a necessidades diversas no contexto do concelho e do distrito.

MULTIPLICAÇÃO DE VALÊNCIAS PARA RESPONDER ÀS NECESSIDADES
O Patronato cresceu e são hoje cerca de oito dezenas os profissionais que prestam serviços a perto de quatro centenas de utentes abrangidos pelas diversas respostas sociais: Lar de Infância e Juventude (desde 1951; hoje com 50 crianças e jovens do sexo feminino com idades compreendidas entre os 3 e os 18 anos, ou até à sua integração socio-profissional, em regime de internato); Centro de Actividades de Tempos Livres (1957; frequentado hoje por cerca de 80 crianças com idades compreendidas entre os 6 e os 12 anos); Jardim de Infância (1969; frequentada hoje por 100 crianças, dos 3 aos 6 anos de idade) e Creche (1969; frequentada hoje por 84 crianças, com idades compreendidas entre os 3 meses e os 3 anos de idade); Centro de Actividades Ocupacionais (1989; frequentada por 15 utentes portadores de diversos tipos de deficiência física e/ou mental); duas Residências e um Apartamento de Autonomização e Inclusão (2023; com 12 utentes). A instituição tem já em desenvolvimento a construção de uma Estrutura Residencial para Idosos, uma ampliação da oferta destinada a 80 utentes cujo edifício comporta um custo que ronda os cinco milhões e meio de euros, financiada em parte pelo PRR.

ESTADO, MUNICÍPIO E IGREJA ASSOCIAM-SE AO EVENTO
A apadrinhar o evento comemorativo esteve a Secretária de Estado da Segurança Social e Inclusão, Clara Marques Mendes, membro do Governo que foi acompanhada em toda a agenda festiva, que inclui uma visita guiada às instalações, pelos membros dos órgãos sociais, o Bispo Auxiliar do Porto, D. Roberto Mariz, a presidente da Câmara Municipal, Margarida Belém, e vereadores, a representante da Assembleia Municipal, Maria Cristina Saavedra, o diretor da Segurança Social de Aveiro, Fernando Mendonça, e respetivo assessor, Benjamim Bastos, a juíza Ana Coquim, o comandante dos Bombeiros Voluntários de Arouca, António Gonçalves, alguns presidentes de Junta de Freguesia, o padre António de Brito Peres, funcionários e amigos da instituição.
Terminada a projeçcão de um vídeo que ilustrou a história e a actividade do Patronato, tiveram lugar as intervenções das entidades oficiais que frisaram a capacidade de trabalho e de dedicação de todos aqueles que contribuíram e continuam a contribuir para a grandeza da instituição.

À ESPERA DE DOIS MILHÕES DE EUROS
«A instituição esteve sempre atenta às necessidades da comunidade e, por isso, foi crescendo na quantidade e na qualidade das suas respostas sociais», referiu o presidente da direção do Patronato, padre Luís Ribeiro, que descreveu os principais marcos do crescimento da instituição e, ainda, aproveitou a ocasião para solicitar ao Governo e ao Município de Arouca um acréscimo no apoio aos novos projectos do Patronato, como o do lar de idosos, ainda necessitado de cerca de dois milhões de euros para atingir o cabal financiamento.

O PATRONATO É UMA IPSS DE REFERÊNCIA
«O Patronato tem contribuído de forma ímpar para a coesão social no concelho e é hoje uma IPSS de referência que assegura várias respostas sociais, da infância à terceira idade. É uma inestimável retaguarda para os nossos cidadãos em situação de vulnerabilidade, mas também porto seguro de muitas famílias que a esta instituição confiam os seus maiores tesouros que são os seus filhos e a sua educação. O Patronato é também uma importante entidade empregadora e também de aquisição e prestação de serviços com impacto na dinamização da economia local. Acima de tudo, o Patronato tem um forte património humano, tem equipas multidimensionais e directivas que todos os dias dão o melhor de si em prol da nossa comunidade, têm um verdadeiro espírito de missão», frisou Margarida Belém, que afirmou ainda a disponibilidade para, dentro das possibilidades do município, continuar a apoiar a instituição, apelando ainda ao Governo do país um «reforço de verbas de fundos comunitários para o setor social». «Uma comunidade é tão mais forte, quanto mais fortes forem as suas instituições públicas e privadas. Enquanto parceiros, tudo faremos para valorizar esse investimento», rematou a autarca.

MEMÓRIA E ESPERANÇA
«Esta instituição tem uma grandeza de vida, trabalha por uma causa comum», sublinhou o Bispo D. Roberto Mariz. «Há toda uma memória no caminhar da instituição que é necessário preservar, uma memória que é essencialmente de gratidão a todos os que foram dando vida a esta casa e ajustando as respostas sociais aos problemas e às necessidades da comunidade, cumprindo a mensagem evangélica de ‘dar de si sem pensar em si’, contribuindo para a ação social e o bem comum. A cooperação entre entidades é uma forma básica de ajudar as instituições. Devemos manter uma esperança confiante», realçou o membro da Igreja.

AS INSTITUIÇÕES SUBSTITUEM-SE AO ESTADO
Estreante nas funções governamentais em terras de Arouca, a Secretária de Estado da Solidariedade Social e da Inclusão destacou o papel fundamental das instituições e do Estado enquanto parceiro.
«Temos tido a preocupação de estar próximos do dia-a-dia das instituições, para percebermos, para conversarmos, para fazermos aquilo que é necessário. Quero felicitar o Patronato não só pelos 75 anos da sua grande obra, mas também pelo exemplo que a instituição dá na forma como nasceu e cresceu a partir do conhecimento das necessidades da sua comunidade e da forma como lhes procura dar resposta. Isso faz toda a diferença, porque conhecem a realidade. É isso que quem tem de decidir políticas públicas tem de perceber e tem de estar ao lado, porque as instituições fazem serviço público, fazem o que o Estado não faz, substituem-se ao Estado, dão respostas que são extraordinárias», frisou a Secretária de Estado, apontando para novas formas de repensar as políticas de interação com a rede de instituições de serviço social.

VALORIZAR AS INSTITUIÇÕES E OS SEUS TRABALHADORES
«Precisamos das instituições, o Estado é um parceiro e tem de andar de mãos dadas com elas, conscientes de que não se pode fazer tudo. Temos de governar com realismo. O Estado, as autarquias e as instituições devem ser parceiros empenhados em melhorar o serviço de solidariedade social. «Tudo faremos para que Patronato continue a missão tão nobre de serviço público», referiu Clara Marques Mendes, que, dirigindo-se aos funcionários, comunicou ainda a intenção do seu ministério de valorizar o trabalho dos colaboradores das instituições. «São pessoas fundamentais, que fazem um trabalho extraordinário pela resposta que dão e pela resiliência com que o realizam. Os trabalhadores do sector social e solidário é uma matéria que está em cima da nossa mesa, é uma preocupação já assumida para ajudar a melhorar as suas condições», disse a representante do Governo.

CONVÍVIO INSTITUCIONAL
Fechada a visita guiada às várias valências da instituição, a celebração dos 75 anos do Patronato continuou com a natural repartição do bolo de aniversário e de um óptimo serviço de mesa caseiro que animou o convívio institucional. Manuel Matos (texto e fotos)/RV