Pouco mais de um ano depois de ter participado no sétimo aniversário do Círculo Cultura e Democracia (CCD), a banda de jazz “6 às 7” voltou a actuar em Arouca, novamente a convite desta associação arouquense que promove anualmente uma diversidade de eventos marcantes no programa cultural do concelho. O palco do espectáculo musical foi a Sala D. Domingos de Pinho Brandão, no Mosteiro de Arouca, que encheu para apreciar o concerto alusivo às comemorações do cinquentenário do 25 de Abril. “Canções da Liberdade”, assim se intitulou o espectáculo que reuniu várias das melhores criações de autores portugueses. «A banda tipicamente centrada em temas de jazz, apresentou desta vez uma abordagem diferente a várias das mais conhecidas “canções de liberdade” de autores portugueses», como José Afonso, Trovante, Sérgio Godinho, Vitorino e José Luís Tinoco/Carlos do Carmo, entre outros. Um alinhamento que honrou o 25 de Abril e focou o gosto e a sensibilidade do público em obras inesquecíveis de poesia e da música portuguesas tais como “Os Índios da Meia Praia”, “Queda do Império”, “Venham Mais Cinco”, “No teu Poema”, “Perdidamente” ou “E Depois do Adeus”.
Cláudia Lira (voz), Luís Melo (guitarra), Paulo Figueiredo (baixo), Pedro Cerveira (flauta), Ricardo Fonseca (piano) e António Secca (bateria), sob a direcção musical de Paulo Gomes, compõem a banda criada há 15 anos, artistas com vidas profissionais variadas que se encontram semanalmente ao fim da tarde para ensaiar e criar – daí o nome da banda.
«Celebrar a cultura, a liberdade e a democracia»
«Este é o ano das grandes celebrações do 25 de Abril. Em Arouca realizaram-se múltiplas iniciativas e a nossa associação quis também acrescentar algo alusivo ao cinquentenário, algo que fosse diferente. Espero que as pessoas tenham gostado. Sendo a nome da associação Círculo Cultura e Democracia, defender e celebrar a cultura, a liberdade e a democracia são razões inerentes a todos os nossos projectos», referiu ao RODA VIVA a coordenadora da direcção do CCD, Marta Duarte.
No final do espectáculo, Luís Melo contextualizou a actividade da banda fundada há 15 anos.
«Somos todos profissionais de outras áreas (advogados, médicos, engenheiros…), mas somos uma banda de jazz que se reúne todas as semanas dirigida por um director musical que é profissional de jazz – o pianista Paulo Gomes. Encontrámo-nos em casa dele para ensaiar temas de jazz, jazz cantado, dos anos 40/50/60 e que apresentamos o ano passado, no aniversário do Círculo. Este ano fomos desafiados a fazer uma coisa totalmente diferente, que é cantar as músicas de Abril. Para nós foi um desafio muito interessante, um estilo completamente diferente e que nos interessou imenso em desenvolver. Em Dezembro, estamos a pensar gravar um disco, precisamente com este reportório. No fundo, somos um grupo de amigos que adora música, alguns têm mesmo uma formação musical elevada, embora tenham outras profissões», explicou o guitarrista da banda. MM/RV