“As plantas na obra poética de Luís Vaz de Camões” é a exposição inédita que pode ser visitada no átrio da Escola Secundária de Arouca (ESA). Partilhada com a comunidade educativa, a exposição insere-se nas Comemorações do V Centenário do nascimento do genial poeta português (1524-1580) e tem como base o trabalho do investigador Jorge Paiva, agora concretizado com as aguarelas de Ursula Beau e a selecção de trechos poéticos realizada por Ana Margarida Dias da Silva, Maria Teresa Gonçalves e Jorge Paiva. Os trabalhos expostos visam celebrar e promover junto da comunidade educativa não só a obra poética de Luís Vaz de Camões, bem como, divulgar a botânica e a língua portuguesa.
AS PLANTAS EM “OS LUSÍADAS”
«Na época camoniana, as plantas mais conhecidas e citadas na literatura não eram as plantas comestíveis ou ornamentais, mas sim as plantas medicinais. Também n´Os Lusíadas, escritos quase na totalidade no Oriente e centrados nos Descobrimentos, Luís de Camões refere principalmente as plantas medicinais e as especiarias asiáticas. O mesmo não acontece na Lírica, maioritariamente escrita em Portugal e centrada no amor e na paixão. Como Camões terá vivido a sua grande paixão durante os 13 anos que esteve em Coimbra (1531- 1544), de onde partiu cerca dos 20 anos, as plantas referidas na Lírica são, na sua maioria, dos campos do Mondego. O poeta alude a essas mesmas plantas, saudosamente, n’Os Lusíadas, nos episódios de “Inês de Castro” (Canto III.118-135) e da “Ilha dos Amores” (Cantos IX.18 – X.95)», refere ainda a nota informativa que acompanha a exposição.

LITERATURA E BIODIVERSIDADE
A exposição itinerante chega à escola arouquense por iniciativa do Clube Ciência Viva da ESA, em parceria com o Departamento de Línguas e a Biblioteca Escolar. O Clube Ciência Viva tem como foco principal a biodiversidade e a sua conservação, e como estratégia principal a propagação de espécies autóctones em viveiro, sendo que muitas das espécies propagadas no viveiro escolar são endémicas de Portugal ou da Península Ibérica.
«Trazer esta exposição à Escola Secundária foi mais um contributo para celebrar a obra de Luís Vaz de Camões e dar a conhecer algumas das plantas endémicas, a ligação à nossa cultura e a importância de as preservar, já que elas existem apenas em Portugal ou na Península Ibérica», refere a organização. A exposição está patente até 5 de maio, dia em que se comemora o “Dia Mundial da Língua Portuguesa”. MMS/RV
