PPM Arouca: Gastos e Mais Gastos no Turismo!

Recentemente, tivemos conhecimento, através da edição online do jornal RODA VIVA, de novos gastos anuais relacionados com a Ponte 516 Arouca. Cerca de 72 mil euros serão destinados, anualmente, apenas à verificação da segurança da estrutura, aos quais se somarão outras eventuais despesas. Além disso, no turismo, acumulam-se várias despesas diretas e indiretas, difíceis de quantificar, como a limpeza dos acessos à ponte, os custos com vigilância e segurança, as centenas de milhares de euros necessários para uma nova reconstrução dos passadiços, limpeza e manutenção do circuito dos mesmos, o Arouca Geopark, as lojas de turismo. Incluem-se ainda os gastos com os prémios (inscrições, viagens e estadias, com valores que, até hoje, não foram publicamente divulgados), vídeos e publicações promocionais, feiras de turismo e congressos onde marcam presença comitivas arouquenses com todas as despesas associadas.

Esses enormes gastos anuais foram justificados com a promessa de um desenvolvimento que, na nossa opinião, ainda não se verificou. Nunca foi feita uma análise crítica com dados mensuráveis que pudesse mostrar alguns méritos na aposta. Esta foi sempre baseada em perceções e acompanhada de algumas declarações caricatas, como quando a senhora presidente se regozijava dos municípios vizinhos terem bons resultados em estadias à custa do nosso investimento em turismo. Nós com os investimentos e eles com os lucros! No PPM, sempre nos opusemos a esta estratégia. Desde o início, alertámos que a construção dessas infraestruturas em zonas ecologicamente sensíveis traria as consequências conhecidas. O turismo de aventura e natureza é sazonal, altamente dependente das condições meteorológicas e não garante empregos estáveis. Além disso, a falta de diversificação na oferta turística, com apenas dois pontos de grande interesse concentrados na mesma área, reduz o tempo de permanência dos visitantes, favorecendo um turismo superficial. O resultado? Muitos turistas visitam a região rapidamente, sem contribuir de forma significativa para os negócios locais em termos de estadias e de consumo. Outro problema é que esse tipo de atração “morre” após alguns anos, perdendo interesse quando deixa de ser novidade, o que obriga a investimentos contínuos em novas estruturas para atrair o público. Além disso, esta onda do turismo inflacionou os preços na restauração e no setor imobiliário, prejudicando os residentes. Muitas casas antes disponíveis para arrendamento permanente estão agora convertidas em alojamentos locais, encarecendo o custo de vida daqueles que não tem qualquer benefício. Face a esses desafios, a resposta do executivo municipal tem sido um aumento contínuo de investimentos numa estratégia que consideramos equivocada.

Diante disso, acreditamos ser pertinente colocar algumas questões ao executivo municipal:

Esta estratégia de gastos desmesurados no turismo será mostrada aos arouquenses na próxima campanha?

Quais foram os reais benefícios para a população local?

Não consideram que uma única empresa instalada recentemente em Arouca trouxe mais empregos estáveis e contribuiu mais para o desenvolvimento local do que todos esses investimentos no turismo?

Não estarão estes gastos a limitar investimentos necessários em áreas como a manutenção e limpeza de estradas, como, por exemplo, na estrada de Folgosinho ao Coval Quente, onde a vegetação já cobre metade da via?

O executivo municipal parece ter-se viciado em aparições públicas. Pequenas obras (algumas das quais seriam pequenas até para uma junta de freguesia) e eventos de interesse duvidoso são motivo suficiente para que o executivo abandone o edifício municipal em peso em busca de compor uma fotografia. No entanto, apesar da nossa procura, não encontramos uma única fotografia publicada que mostre os representantes municipais empenhados em atrair investimento industrial para Arouca. Prioridades…

No recente orçamento socialista apresentado pelo PSD na Assembleia da República, foi incluída a conclusão da nossa variante. Integrados na Área Metropolitana do Porto, onde muitos municípios têm autoestradas, comboio e metro, Arouca segue com uma realidade muito diferente, culpa dos irmãos gémeos que há 50 anos nos governam, responsáveis pelas enormes desigualdades. Estamos entre os municípios com os piores acessos do país, com uma situação difícil de encontrar em distritos como Aveiro, Porto ou Coimbra. Questionado na AR por um deputado de Castelo de Paiva, o Ministro das Infraestruturas garantiu que a variante de Arouca, a de Castelo de Paiva e a ligação Penafiel-Sever do Vouga avançariam. Esperamos que seja mais do que meras promessas pré eleitorais! Luís Almeida, deputado municipal do Partido Popular Monárquico

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