“O Livro de Mansores”, da autoria do historiador e investigador mansorense José António Rocha – uma «obra magistral» sobre a identidade, o território, a história, a comunidade, as instituições e o património da freguesia de Mansores – foi apresentada ao público no último sábado, 7 de Dezembro, no Salão Paroquial de Mansores. José António Rocha é actualmente técnico superior de Arquivo e Biblioteca na Academia das Ciências de Lisboa e regressou à sua terra natal, agora para divulgar a obra composta por 730 páginas, que é resultado de um longo e rigoroso processo de pesquisa e compilação que estão materializadas em 12 capítulos e 61 sub-capítulos abrangentes de toda a vida e história da freguesia de Mansores.
«Esta é uma monografia local há muito aguardada e magistralmente materializada», começou por referir Luís Pinho, professor no Agrupamento de Escolas de Escariz a quem coube a apresentação da mais recente edição do seu amigo e autor José António Rocha, «uma pessoa provida de insaciável curiosidade e inesgotável gosto pelo saber, amor pela sua freguesia e pelo concelho de Arouca.»
«Neste livro respira-se Mansores»
«Este não é um livro de mera leitura, mas de consulta dada a vastidão de assuntos, todos eles trabalhados de forma rigorosa e minuciosa. O índice muito bem organizado e os títulos curtos e apelativos orientam muito bem o leitor na demanda daquilo que pretende procurar nas suas 730 páginas», explicou o docente, que frisou ainda a singularidade da obra que tem como referência a freguesia de Mansores. «Contrariamente ao habitual presente em monografias locais onde predominam dados genéricos e impessoais, “O Livro de Mansores” oferece-nos uma visão autêntica da terra, respira-se Mansores ao folhear as suas páginas profusamente engalanadas com imagens das paisagens e das gentes, sobressaindo o ser e o sentir. É uma obra onde as pessoas se reconhecem e reconhecem os seus, desvendam e recordam o passado e conseguem segui-lo até ao presente, mercê da magia impressa nas palavras do Dr. José António Rocha. Este livro não se destina exclusivamente ao erudito, mas também às gentes e à sua memória. Relatos testemunhais, fontes históricas e materiais estão trabalhados de forma sublime neste livro», realçou ainda Luís Pinho.
«Uma obra emblemática de grande qualidade gráfica»
Tomando a voz, José António Rocha desvelou várias das dimensões e curiosidades suscitadas pela obra e contou, com realismo entusiasta, a enorme tarefa que foi contruir e escrever ao longo de duas décadas uma obra emblemática para a história e a identidade da sua freguesia, assim como o edifício orçamental que foi preciso projectar (na ordem dos 22 500 euros), suportado em parte pela coragem do autor (que, para o efeito, chegou mesmo a criar uma associação cultural, Bucólica, com sede na freguesia) e por alguns contributos institucionais (Junta de Freguesia de Mansores e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte) e privados (empresas e particulares), que, nesta altura, compensam parte, mas não ainda a totalidade dos custos. Apoios que o autor muito agradeceu. Contou ainda com apoio não-financeiro da Ministra da Cultura, que declarou o livro como projecto enquadrável no Mecenato Cultural ao abrigo do Estatuto dos Benefícios Fiscais. Uma edição rara, ilustrada com mais de 600 fotografias e de grande qualidade gráfica que o autor se propôs a publicar, paginada ao longo de meses «graças à imensa dedicação e disponibilidade» do seu amigo e designer Paulo Jesus.
«Um dos grandes embaixadores da freguesia e do concelho»
«Este é um dia histórico e que nos orgulha. O José Rocha é um dos grandes embaixadores de Mansores e do concelho de Arouca. Este livro é um trabalho extraordinário. Está aqui muita cultura, as memórias de Mansores nunca devem ser apagadas. Aprendemos imenso com este livro, como com todos os livros que ele tem publicado», salientou o presidente da Junta de Freguesia, Jorge Oliveira, que também partilhou com o autor os bancos da escola e as brincadeiras na freguesia.
«Um livro sobre a terra que tanto ama»
Em representação do Município, a vice-presidente da Câmara, Cláudia Oliveira, parabenizou o autor pelo arrojado projecto que empreendeu. «Parabéns e obrigada ao trabalho que fez em prol de toda uma comunidade. Esta é uma obra que nasce do sonho do historiador e investigador José Rocha de fazer um livro sobre as suas gentes, sobre a terra que tanto ama. Nenhum de nós é presente sem ter passado», destacou.
Homenagem às primeiras professoras
Sensibilizado com toda a envolvência, José António Rocha homenageou ainda as professoras que fizeram os seus primeiros seis anos de escolaridades, Maria Martins, no 1º Ciclo, e Áurea Rita, nos 5º e 6º anos da Telescola. «Foram elas que me introduziram nas letras, sem elas eu não estaria aqui a apresentar este livro», enalteceu o investigador.
Um livro com lugar nas bibliotecas
José António Rocha foi responsável por algumas publicações e projectos culturais sobre a freguesia de Mansores e sobre o concelho de Arouca, com destaque para a antologia “A bela adormecida: olhares literários sobre Arouca” (editada em 2011) e para o “Memorial aos combatentes da freguesia de Mansores”, monumento inaugurado pela Junta de Freguesia, em Junho passado. “O Livro de Mansores” já está à venda e será também distribuído por bibliotecas municipais da região e por bibliotecas escolares, de modo a que fique disponível à comunidade, informou ainda o autor mansorense. Manuel Matos (texto e fotos)/RV