O Festival de Artes de Rua de Arouca está desde ontem, 21 de Junho, no centro histórico da sede do concelho e termina este domingo com uma agenda de espectáculos que se estenderão até ao final da tarde. Aberto à comunidade, o evento dedicado às artes da representação, à criatividade e à imaginação, é uma co-organização do Teatro Experimental de Arouca (TEA) e do Município de Arouca. A abertura teve lugar na Praça Brandão de Vasconcelos, com as presenças da vice-presidente da Câmara, Cláudia Oliveira, e do presidente do TEA, João Paulo Brandão, actor a quem coube também abrir a primeira página do FARA 2025. Seguiram-se as actuações das companhias Irmãos Fumiére – uma viagem humorística pela magia do cinema mudo – e Concorda, uma genial criação de Catarina Gameiro e Mariana Frazão em que sucessivos movimentos e manipulações de cordas vão encenando as múltiplas facetas da vida humana.

«O FARA valoriza a interacção com o público»
RODA VIVA ouviu o presidente e actor do TEA, João Paulo Brandão, que frisou a especificidade do Festival de Artes de Rua no contexto cultural arouquense.
«Foi uma iniciativa começada pelo TEA em 2015 e, no primeiro ano, começou por se chamar Festival de Teatro de Arouca. Para termos uma vertente cultural diferente, alteramos o conceito e o conteúdo. É o que temos feito desde então. Os espectáculos que tivemos neste primeiro dia do FARA 2025 foram muito sensoriais, muito visuais, em que as palavras são reduzidas ao mínimo. O FARA valoriza também a interação com o público porque, no fundo, é o público que faz também o espectáculo de teatro de rua.»
«Temos variado as edições do Festival e sem a colaboração do Município não seria possível realizá-lo. Este é um evento diferente em Arouca e, apesar de estarmos num fim-de-semana em que ocorrem vários eventos, o público mais uma vez aderiu ao arranque do FARA, tivemos o anfiteatro bem composto. É isso que nos motiva para querer fazer cada vez mais e melhor», realçou o dirigente e actor arouquense.
«Num mundo em que, com um clique, as pessoas querem o imediato, os espectáculos que vimos aqui foram de concentração, de paciência e de interiorização. Foram histórias contadas como poucos palavras, predominaram os sinais visuais e corporais, deixando para as pessoas a liberdade de construírem a sua própria história e assim se sentirem felizes por comporem a sua própria interpretação», acrescentou.

«A nossa intenção é oferecer sempre algo diferente»
Responsável pela articulação do programa, Rui Sousa confia que o FARA continuará a ser do agrado do público.
«Esta é a nona edição do FARA e a nossa intenção é trazer sempre algo diferente daquilo a que as pessoas estão habituadas e neste primeiro dia tivemos dois exemplos disso. Continuaremos neste registo durante a manhã de domingo, com animação a cargo do TEA e, durante a tarde, teremos actividades circenses, malabarismos e outras actividades abertas à população e encerraremos o festival com um espectáculo de marionetas na praça central. O FARA teve um bom começo e julgo que assim continuará neste domingo», projectou Rui Sousa, do TEA. MMS/RV
PROGRAMA DE DOMINGO, 22 DE JUNHO
10h30: TEA (ruas do centro histórico)
14h30: Somnium Circus (parque)
16h20: Alforria (parque)
17h00: Palhaço Manu (ruas do centro histórico)
17h30: Soldado da Paz (parque)
18h30: Espectáculo de encerramento (praça)
