Decorreu ontem dia 21 de Março, na Biblioteca D. Domingos de Pinho Brandão, a sessão inaugural do ciclo de conferências “Joaquim Brandão de Almeida” — uma iniciativa que visa promover a reflexão sobre o poder local, a cidadania ativa e os caminhos para o desenvolvimento de Arouca. A primeira sessão foi marcada por uma sentida homenagem a Joaquim Brandão de Almeida (foto principal), figura maior da história recente do concelho e referência incontornável da política local.

O evento contou com a presença de Marco António Costa, antigo secretário de estado e vice-presidente do PSD, reconhecido pela sua intervenção no debate político nacional. Na sua intervenção, deixou uma profunda reflexão sobre os desafios que hoje se colocam ao poder local, salientando a importância de manter uma ligação genuína às comunidades e valorizando o exemplo de Joaquim Brandão de Almeida como modelo de dedicação, visão e serviço público.

Seguiram-se intervenções carregadas de simbolismo e emoção. Salomé Martingo, a primeira presidente da Assembleia Municipal de Arouca, recordou com carinho e admiração a “inteligência serena, o sentido de missão e o profundo respeito pelas instituições democráticas” de Joaquim Brandão de Almeida. Sublinhou ainda o impacto duradouro da sua ação política, afirmando que “continua presente em muitos dos projectos e decisões que moldaram o concelho”.
Também Rui Vilar, actual presidente do PSD Arouca e anfitrião da sessão, destacou a honra de dar início ao ciclo com a presença de uma das figuras mais relevantes da política nacional. Enalteceu o legado de Joaquim Brandão de Almeida, a quem chamou “um visionário, um homem de obra e um verdadeiro servidor da causa pública”. Em tom pessoal, partilhou o apoio que recebeu do homenageado no início do seu percurso político, considerando-se seu “fiel discípulo” e acrescentando: “a sua memória é, e será sempre, uma luz que nos guia”.
Usou também da palavra o vereador Vítor Carvalho, que enalteceu não apenas as qualidades pessoais, mas também políticas de Joaquim Brandão de Almeida. Sublinhou que o modelo político que tem procurado seguir se inspira na forma como o antigo autarca entendia e praticava a política: com abertura, respeito pelas diferenças e foco no bem comum. Deu como exemplo o facto de Joaquim Brandão de Almeida ter atribuído pelouros a vereadores da oposição, demonstrando que o mais importante nunca foi o partido A ou B, mas sim Arouca e os arouquenses.
O presidente da Distrital de Aveiro do PSD, Emídio Sousa, marcou igualmente presença e reforçou a importância de reconhecer os autarcas que, com visão e compromisso, transformam os seus territórios. Elogiou a iniciativa como exemplo do respeito devido à memória e aos valores que devem orientar a acção política local.

A fechar a sessão, foi lida uma mensagem enviada por Zeferino Brandão, antigo presidente da Câmara Municipal de Arouca, que partilhou um testemunho marcante sobre os primeiros passos do desenvolvimento do concelho. Recordou que, com escassos recursos financeiros, foram os autarcas do PSD que, com esforço, determinação e espírito de missão, abriram estradas onde antes só havia caminhos de cabras, levaram água potável e electricidade às casas e mobilizaram as populações, que contribuíram com trabalho e até com dinheiro para concretizar muitas das obras nas freguesias. Sublinhou ainda que os desafios actuais — como as acessibilidades, a rede de saneamento, o apoio à população idosa, a desertificação das aldeias ou a qualificação dos jovens — exigem ambição, visão e capacidade de mobilizar os arouquenses, concluindo: “Para vencer a batalha do desenvolvimento de Arouca, temos de seguir as pisadas dadas pelo Professor Joaquim Brandão de Almeida ao longo da sua vida como presidente da Câmara Municipal.”
Com esta sessão inaugural, ficou dado o tom para um ciclo de conferências que promete honrar o passado, debater o presente e lançar pontes para o futuro de Arouca. PSD/A