Avós maternos de Cabreiros inspiram primeiro romance de Marcos Mateus

«Foram as histórias contadas pelos meus avós maternos de Cabreiros, Custódio do Aido e Maria do Pedro, que me inspiraram a avançar para a escrita deste livro», confessou Marcos Duarte Mateus, o autor do romance “A Maldição das Pedras Negras”, obra apresentada este sábado, 22 de Março, na Biblioteca Memorial Dom Domingos de Pinho Brandão, na vila de Arouca.

Uma obra literária que é a primeira em prosa do autor nascido há 50 anos em S. João da Madeira, mas com raízes familiares nas aldeias serranas de Arouca. Comunidades de Cabreiros, Rio de Frades, Regoufe e outras vizinhas que viveram outrora o reboliço da exploração do volfrâmio, o minério procurado por alemães e ingleses durante a Segunda Guerra Mundial. “Pedras Negras”, o precioso metal que alimentou a indústria da guerra, mas também afectou as vidas e a saúde daqueles que por lá andaram e passaram. «É um romance envolvente, muito bem escrito e com histórias muito bem contadas, um livro que, ao lê-lo, soube-me a estar em casa, quero dizer, senti-me nestas terras de Arouca onde acontece a vida das personagens. A corrida ao minério que tanta maldição trouxe às terras e gentes de Arouca é retratada de forma sublime neste livro», revelou a amiga do autor e moderadora da apresentação, Liliana Bastos, criadora de conteúdos literários.

UM ENGENHEIRO QUE SE APAIXONOU POR CONTAR HISTÓRIAS

Marcos Mateus, professor licenciado em Biologia Marinha, doutorado em Engenharia do Ambiente e professor no Instituto Superior Técnico de Lisboa, revisitou muitas vezes a terra natal dos avós maternos e os territórios adjacentes, onde passava também alguns períodos de férias. «Estamos aqui não por causa do meu livro, mas por causa da história das pessoas que estão neste livro. Há histórias de vida que merecem ser contadas e partilhadas, foi isso que me apaixonou», vincou o autor que a par da escrita profissional e objectiva das engenharias foi dando espaço a si mesmo para, pouco a pouco, ir construindo uma composição literária que junta de forma cativante ficção, factos históricos e narrativas de vida reais. «Este romance não é uma mera obra de ficção, tem camadas ficcionadas, mas também camadas reais, é um romance histórico feito também a partir de pesquisas e de contactos com personagens reais», explicou o escritor.

«UM ROMANCE HISTÓRICO ARREBATADOR»

“A Maldição das Pedras Negras” é um romance histórico que acompanha as vidas de Custódio e Maria, um jovem casal que se envolve nos perigosos estratagemas do volfrâmio», revela a sinopse da obra cuja acção e enredo se desvendam ao longo de 366 páginas. «É difícil chegar hoje a Rio de Frades ou a Regoufe e imaginar que há sete ou oito décadas eram aldeias de muita gente e de muitos serviços, vidas de sonhos, mas também vidas duras agitadas pela actividade de exploração mineira», referiu ainda o autor da obra publicada pela Editora Saída de Emergência. «A acção decorre entre 1941 e 1945 e da primeira à última página não faltam segredos e acontecimentos que se desenrolam desde a agitada aldeia de Cabreiros, escondida na serra, Rio de Frades, Regoufe e Porto até ao bunker da Chancelaria em Berlim. Um romance histórico arrebatador, baseado em factos verídicos», escreve a editora de “A Maldição das Pedras Negras”.

Anfitriã da apresentação da nova obra sobre os tempos da exploração do volfrâmio em Arouca [em Dezembro, foi também apresentado o romance “Chovia Naquela Noite de Breu”, de Marco Aurélio Costa], a presidente da Câmara Municipal de Arouca, Margarida Belém, elogiou o trabalho do autor de raiz arouquense. «É sempre um motivo de orgulho termos presentes a nossa história e a nossa cultura. Este estimular da nossa memória e do imaginário é um acto que agradecemos ao autor desta obra que tem como referência territórios de Arouca como Rio de Frades ou Regoufe durante a Segunda Guerra Mundial. Este é um livro extraordinário e apaixonante», destacou a autarca. Manuel Matos (texto e fotos)/RV

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