Vila Viçosa: voltar a casa e ao novo relvado talvez em Fevereiro

Hugo Amaral preside à direção do Centro Cultural e Recreativo de Vila Viçosa desde 2010. Em 2017, foi o principal impulsionador do regresso do futebol à União de Freguesias de Canelas e Espiunca, mantendo, até hoje, o estatuto de dirigente, mas também o de jogador da equipa. O ano de 2025 foi marcante para o clube de Vila Viçosa, que viu finalmente concretizada uma aspiração que pôs fim ao campo de jogos de terra batida. Com o apoio da Junta, proprietária do terreno, e da Câmara Municipal, o piso térreo deu lugar a um relvado sintético cujo investimento rondou os 300 mil euros.

O dia da inauguração, 26 de Julho, foi histórico para a associação e para a localidade, mas três dias depois os violentos incêndios que assolaram a região atingiram também parte da nova infra-estrutura. Uma desilusão para os dirigentes, autarcas e gentes de Vila Viçosa. Mais algumas dezenas de milhares de euros serão necessárias para tratar as mazelas deixadas pelo fogo, feridas ainda não inteiramente resolvidas, que adiaram o regresso do Vila Viçosa a casa. O Estádio Reinaldo Noronha, em Alvarenga e, ultimamente, o Estádio Municipal de Nespereira, têm sido a casa alternativa da equipa nos jogos do campeonato da 2ª divisão da AF Aveiro, deixando, contudo, para o plantel a possibilidade de ir treinando no espaço condicionado em que se encontra o actual recinto do Vila Viçosa.

Para um balanço sobre a forma como está a decorrer a temporada 2025/2026, RODA VIVA conversou com o presidente do clube, Hugo Amaral.


Como está o processo de recuperação do relvado afectado pelo fogo?

«A União de Freguesias desencadeou o processo de entrega da obra. Estamos a contar que poderemos regressar a nossa casa no próximo mês de Fevereiro, se tudo correr bem.  Recuperar todos os estragos significa substituir aproximadamente 1200 metros quadrados de relvado, abrangendo quase toda a parte lateral e a área ardida junto à linha de fundo.»

O plantel está muito remodelado em relação ao da época anterior, com significativo recrutamento de atletas de regiões próximas…

«Além do novo treinador que iniciou a época, Jorge Cruz, temos um plantel de 27 jogadores. Se não houver muitas lesões, é mais do que suficiente para fazer a época. A maior parte dos nossos jogadores são oriundos de Arouca, mas também temos alguns atletas de Castelo de Paiva e de Nespereira. Natural de Vila Viçosa apenas o nosso capitão, o Bruno Fonseca.»

Tendo em conta a localização geográfica, não sente dificuldades no recrutamento?

«Apesar dessa condicionante, não temos tido problemas de arranjar jogadores.»

Com apenas três derrotas e no 6º lugar, o Vila Viçosa está numa das melhores classificações de sempre. O que espera desta época?

«O nosso objectivo é fazer um campeonato mais estável e com melhores resultados do que nas épocas anteriores. Obviamente, não temos o objetivo de subir de divisão, mas ficar no cima da tabela desta vez, sim. Temos um plantel reforçado e preparado para isso. Nesta altura contávamos estar melhor classificados, mas algum desperdício na finalização e alguns pontos muito mal perdidos têm comprometido melhores resultados.»

O clube, a associação, continuam a representar o lugar e a União de Freguesias de Canelas e Espiunca. Nessa sobrevivência, certamente é fundamental o apoio dos patrocinadores

«Sim, são muito importantes. Se não fossem os patrocinadores era impossível ter futebol, porque as verbas, os subsídios que a associação recebe são baixos e insuficientes para sustentar a totalidade da actividade. Só as inscrições na AF Aveiro custam uma média de 200 euros cada jogador, mais o custo de transferências, que podem atingir valores de 160 ou de 200 euros. São gastos institucionais que podem atingir os cinco, seis mil euros. Há ainda as outras despesas e as nossas deslocações também são grandes.»

O CCR Vila Viçosa não se foca apenas no futebol. Que outras actividades realiza para a comunidade?

«Desde que começou com o futebol federado, reduzimos o número de outras actividades que fazíamos antigamente. Não há tempo para fazer tudo. Claro que, com o futebol, o primeiro objectivo é manter as finanças da associação em dia. Não queremos entrar em aventuras. E a associação vai sempre assegurar aqueles eventos que são mais tradicionais em Portugal, fazem parte da cultura portuguesa e da localidade também. A planificação do futebol não nos permite grandes folgas ao fim-de-semana, mas vamos, dentro do possível, tentar sempre fazer umas actividades extra-futebol ao longo do ano.»

Que mensagem quer deixar?

«Agradecer a todos os patrocinadores que nos ajudam durante a época e claro, agradecer à Câmara Municipal e à União de Freguesias pelos apoios e os benefícios trazidos pela colocação do relvado sintético, como é óbvio. E também a todos os sócios e simpatizantes, às pessoas que vêm assistir aos nossos jogos. Estes podiam ser mais se tivéssemos uma bancada coberta. A toda as pessoas que ajudam o CCR de Vila Viçosa, a associação só tem a agradecer.»


VILA VIÇOSA VOLTA A JOGAR A 10 DE JANEIRO

Com o próximo jogo, da 9ª jornada, frente ao Caldas de São Jorge, adiado para 8 de Fevereiro, o Vila Viçosa só regressa ao campeonato a 11 de Janeiro, para disputar a 10ª jornada em terras da Feira, frente aos sub-23 do Mosteirô FC.


DÉRBI CONCELHIO COM O MANSORES VAI JOGAR-SE EM NESPEREIRA

A jornada 11 contém o dérbi concelhio, que tem já lugar e data acordados. Vila Viçosa-Mansores vão defrontar-se no Estádio Municipal de Nespereira, jogo antecipado para sábado, 17 de Janeiro. MMS/RV

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