Nesta altura, mora na freguesia de Rossas um dos dois projectos de formação de futebol feminino em acção no concelho de Arouca. O outro decorre na freguesia de Fermedo, que se estreou esta época nas competições sub-15 da AF Aveiro pela mão da UD Fermedo.
O projecto de futebol feminino da Associação Social, Cultural e Desportiva Unidos de Rossas entrou no terceiro ano de experiência e a equipa já compete na nova versão das competições – o Campeonato Interdistrital Sub-17 Feminino (futebol de 9), zona norte, ao lado de equipas como Feirense, Argoncilhe, São Martinho de Sardoura, Arada, Soutense (S. M. Feira) e União 1919 (Coimbra), sendo que a prova contempla ainda a zona sul com mais sete formações do distrito aveirense e duas da distrital de Coimbra. Há ainda a Taça Interdistrital, que junta, a eliminar, as equipas das duas zonas – a equipa de Rossas desloca-se a Calvão, no feriado de 8 de Dezembro.
Com cinco encontros realizados, a equipa rossense conta um empate e quatro derrotas, resultados de valor relativizado face a objectivos superiores como os do desenvolvimento relacional e desportivo das atletas que compõe o plantel orientado pelos treinadores José Luís Costa e Ana Montenegro.

«Há vários clubes no concelho, onde com parcerias saudáveis o futebol feminino pode crescer muito em Arouca.»
Para um balanço sobre a forma como está a decorrer o projecto da associação, Roda Viva conversou com o técnico José Luís Costa, que é há muitos anos um dos principais dinamizadores da actividade desportiva da associação rossense.
Que balanço faz do projecto? Como avalia a oportunidade desportiva que é dada às jovens pela associação?
«O balanço é sempre positivo dentro das expectativas, visto que o nosso objectivo é permitir que as atletas possam competir em provas interdistritais, pois era uma lacuna que existia no nosso concelho ao nível do futebol feminino.»

O CJSA deixou, pelo menos este ano, de ter a equipa senior feminina. Restam a UD Fermedo e a associação Unidos de Rossas como casas do futebol feminino no nosso município. Como está a oportunidade de recrutamento? Há dificuldades?
«Efectivamente o recrutamento não é fácil, por vezes o próprio desporto escolar cria alguma indecisão nas atletas. As dificuldades ainda são muitas, e na nossa opinião, a festa do futebol feminino que se realiza em parceria com a AF Aveiro deveria ter a participação dos clubes com formação no futebol feminino para promover captações.»
O campo de Sinja tem menores dimensões do que os outros do campeonato. Não seria importante redimensionar para favorecer a adaptação das atletas ao futebol de 11?
«Não. Penso que cada clube deve ter a real noção das capacidades até onde pode chegar. Por vezes a quantidade não é sinonimo de qualidade. Há vários clubes no concelho, onde com parcerias saudáveis o futebol feminino pode crescer muito em Arouca.»

Certamente, são jovens futebolistas muito dedicadas e que se sentem bem no U. Rossas …
«Sim, somos como uma família. Rimos, choramos, mas divertimo-nos acima de tudo a jogar futebol.»
Como vê a nova versão interdistrital do campeonato?
«Não sou muito apologista, acho que penaliza as equipas do nosso distrito, pois dá origem a que equipas do próprio distrito de Aveiro não se encontrem durante várias épocas. Acho que as outras associações de futebol deveriam fazer o excelente trabalho que a AF Aveiro fez, promover e divulgar.»
Como olha para a evolução do futebol feminino português?
«Acho que estamos a crescer muito e com qualidade.»
Dispõe ainda do futebol de formação dos mais pequenos, infantis A e benjamins A. O que gostaria ainda de concretizar na associação?
«Não só na associação, mas na minha freguesia, gostava que houvesse maior ligação entre as pessoas e colectividades para que se pudesse continuar e melhorar o desporto, não só o futebol, mas também o atletismo. Como sempre, estamos abertos a parcerias saudáveis e prontos para trabalhar em conjunto», concluiu o técnico rossense, a caminho de uma nova jornada. MMS/RV (texto e fotos)
