10.ª jornada
2 de Novembro 2025
Estádio Municipal de Arouca
Espectadores: 1249
Árbitro: Pedro Ramalho (AF Évora), auxiliado por Diogo Pereira e André Botelho.
VAR: João Casegas (AF Viseu).
FC Arouca – Nico Mantl; Tiago Esgaio, Omar Fayed (Alex Pinto, 84), Fontán e Solà (Mansilla, 79); David Simão (Pablo Gozálbez, 69) e Fukui; Lee Hyunju, Trezza (Puche, 69) e Djouahra; Barbero.
Suplentes não utilizados: João Valido, Popovic, Diogo Monteiro, Espen van Ee e Jansonas.
Treinador: Vasco Seabra
Moreirense – André Ferreira; Dinis Pinto, Marcelo, Maracás e Francisco Domingues; Diogo Travassos (Jorquera, 78), Stjepanovic e Benny; Alan (Rodrigo, 87), Landerson (Vasco Sousa, 66), Schettine (Hemir, 66).
Suplentes não utilizados: Caio Secco, Gilberto, Martínez, Afonso Assis e Lincon.
Treinador: Vasco Botelho da Costa
Ao intervalo: 0-2
Marcador: 0-1 (Schettine, 12); 0-2 (Schettine, 36).

Domínio intensivo da segunda parte não deu para sarar os primeiros golpes de Schettine
Diante de um Moreirense de lição defensiva bem estudada – a mesma que há oito dias conseguira dificultar ao máximo a vitória dos dragões (2-1), alcançada apenas nos instantes finais do jogo – o FC Arouca acabou traído por uma primeira parte em que foi permeável às transições dos cónegos, com o brasileiro Schettine a concretizar por duas vezes, aos 12 e aos 36 minutos, servido, respectivamente, da esquerda pelo estreante Landerson, e da direita por Benny. Dois golpes semelhantes, mas igualmente duríssimos para os lobos que teimam em não conseguir manter a sua baliza a zeros nos onze jogos oficiais já disputados esta época. Ainda assim, a primeira parte decorreu equilibrada em termos territoriais, mas a eficácia facilitada pelas fragilidades defensivas da equipa arouquense fez pesar o marcador para o lado dos visitantes, até porque os lobos apenas por uma vez foram capazes de assustar verdadeiramente o guardião André, quando Solà atirou para fora um passe do jovem sul-coreano Hyunju, já o jogo ia no minuto 29. A coisa esteve para ficar pior aos 45+2 quando o árbitro da AF Évora apontou, erradamente, para um penálti de Trezza sobre Alan, decisão entretanto revertida após o bom alerta do VAR.

Tanto caudal ofensivo acabou sem proveito
Já com a montanha demasiado alta para poder trepar pelo menos até ao empate, o FC Arouca entrou para a segunda parte bem mais célere, intenso e engenhoso na busca de um golo que sondasse a esperança de pontuar. Foi a melhor parte da equipa de Vasco Seabra, que viu a equipa crescer à medida que as substituições avançavam. Alimentado pelo andamento intensivo de Fukui e Hyunju – os dois asiáticos correram quilómetros – mais o crescimento da ala esquerda nas combinações de Solà com Djouahra – o FC Arouca produziu enorme caudal atacante, chegando mesmo a encostar a equipa de Moreira de Cónegos às cordas, mas a este poder dominador faltou sempre potência de fogo nos últimos metros para rebentar com as trancas à porta colocadas pelos visitantes que, com dois golos de vantagem, trataram de defender o ouro já angariado e ausentaram-se completamente do ataque. Foi só aos 89 minutos que Luís Hemir obrigou Mantl a uma boa defesa, a única no segundo tempo. O jogo só dava Arouca, mas a frustração contínua por tanto batalhar até à grande área sem daí conseguir tirar proveito mantinha-se. Juntinhos e certinhos no alinhamento defensivo, os visitantes mantiveram-se firmes até ao cair do pano, deixando a Barbero apenas uma ocasião de golo à vista que o espanhol não aproveitou a cinco minutos do fecho da contenda. Sem ganhar em casa desde a primeira jornada, o FC Arouca voltou a marcar passo, e mantém os 9 pontos que o mantêm acima da linha de água. MMS/RV (fotos: Avelino Vieira)

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Vasco Seabra (treinador do FC Arouca): [O resultado] «Penso que é frustrante e ingrato. Creio que nós fizemos um jogo capaz de não levarmos em derrota. A nossa equipa teve vários ganhos de bola em pressão, fomos muito agressivos, muito intensos a pressionar. Creio que o Moreirense teve sempre muita dificuldade em sair de trás para construir. Tivemos sempre muito volume de jogo, a única coisa que creio que nos faltou foi, primeiro, obviamente, não conceder os golos, aqui podíamos ter feito mais. Fizemos um jogo muito capaz para não sofrermos uma derrota e penso que nos faltou essa assertividade mais junto à baliza, porque perante a quantidade de volume de jogo que tivemos e perante o número de entradas que temos no último terço do adversário, criamos penso que três oportunidades muito boas de golo.»
[Mantl no lugar de João Valido] «O Nico não começou bem a pré-época, mas trabalhou muito e desenvolveu-se. Em Portimão [Taça de Portugal], já tinha dado muito bons sinais. Foi uma decisão que nada tem a ver com o mau momento do João, nada disso, o João já nos ajudou imenso, mas teve a ver com o crescimento grande do Nico e que senti que era um momento de o premiar, pela forma como estava a treinar e por aquilo que também sentia que podia acrescentar à equipa.»
[Parte defensiva] «Hoje foi o jogo que provavelmente concedemos menos ao adversário e acabamos por sofrer dois golos. É verdade que temos sofrido muitos golos, não é nada habitual em nós, portanto temos que ser nós a continuar a trabalhar, a continuar a manter o bloco muito coeso, reduzir esse numerozinho de erros e numerozinho de condições que possamos eventualmente dar ao adversário.»
[Necessidade de um matador?] «Os pontas de lança vivem muito de golos, o Barbero ainda não o fez, está naquela fase em que parece que a coisa lhe entra um bocadinho em ansiedade. É um finalizador nato e dá-nos sempre as sensações, desde que chegou, de que tem muita capacidade de finalização, portanto, sabemos que é uma questão das coisas por vezes entrarem. A forma como ele trabalha leva-nos também a isso. O Jansonas é um jogador que está a crescer, precisa ainda aqui de algum tempo, porque vem de uma liga bastante diferente. O Dylan tem estado fora, infelizmente, por lesão. É um jogador que também já provou, no ano passado, que tem alguma capacidade de finalização. Este ano, começou muito bem e depois teve a lesão. Sinto que a equipa está a criar muito, temos que melhorar realmente essa assertividade, porque a forma como dominamos o adversário, faz-nos sentir que temos que terminar o jogo com mais finalizações.»
Vasco Botelho Costa (treinador do Moreirense): «Um jogo muito difícil. Eu tenho que elogiar aqui a equipa do Arouca pela qualidade que consegue colocar no seu jogo, principalmente do ponto de vista ofensivo. Penso que, somando todos os momentos, fomos bastante melhores do que o adversário. Das vezes em que fomos obrigados a baixar um bocadinho mais e a defender mais próximo da nossa baliza demonstrámos muita competência a fazê-lo. Não permitimos que o Arouca fosse por dentro, que é uma coisa que gosta de fazer, canalizamos sempre muito o jogo deles para os corredores, muita situação de cruzamento que nós controlámos quase todas bem.» MMS

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