Autor de várias obras sobre a história de Arouca, «em que o Mosteiro adquire um natural protagonismo», o investigador Afonso Costa Santos Veiga, natural de Sátão, mas há muitos anos radicado em Arouca, onde constituiu família e leccionou na Escola Secundária, divulgou, este sábado, o seu mais recente estudo, “Cister nos Séculos do Fim – Santa Maria de Arouca, Esplendor e Decadência”. No majestoso Cadeiral do Mosteiro de Arouca, a presidente da Câmara Municipal, Margarida Belém, iniciou a sessão, enaltecendo o trabalho e o contributo do autor para a compreensão e a divulgação da história de Arouca, autor que que é também o coordenador científico do programa “História de um Mosteiro: Retratos do Barroco”, que se iniciou esta semana na sede do município. «Estamos a falar de história, de alma e de identidade local. Este Mosteiro é uma fonte de conhecimento, de ciência, e é importante realçar os vários historiadores que ao longo dos tempos têm vindo a estudar a história de um dos monumentos mais ricos e valiosos a nível nacional», destacou a autarca. «A nossa ambição é termos um museu da história de Arouca para engrandecermos o nosso presente», acrescentou.
«É uma obra de maturidade e de fidelidade à documentação»
«O autor fez uma obra honesta e bem documentada, não é uma obra de imaginação, é uma obra elaborada com rigor científico a partir de diversas fontes documentais e bibliográficas. Devemos estar gratos ao Dr. Afonso Veiga por nos dar a conhecer seis séculos da história do Mosteiro. É uma obra de maturidade e de fidelidade à documentação, com uma intenção de ser pedagógica», realçou Arnaldo Pinho, professor catedrático natural da freguesia de Moldes, juiz da Real Irmandade da Rainha Santa Mafalda de Arouca e amigo do autor, a quem coube a apresentação da obra que dedica a primeira parte a um “estudo meticuloso da vida das monjas no Mosteiro, uma vida de clausura», e a segunda parte «à fase de decadência , depois de um período de esplendor da ordem de Cister.»
«Uma obra que abre novas portas à história deste Mosteiro»
Ao longo de cerca de 190 páginas, Afonso Veiga aborda sob novas perspectivas e enquadramentos «uma longa história, um longo tempo que marcou indelevelmente a cultura, a sociabilidade e as práticas religiosas da região. Esta obra do Dr. Afonso Veiga – a quem agradeço o amável convite para a prefaciar – pretendeu lançar mais luzes sobre esses tempos, que fazem parte da história de Arouca, mas que também são os tempos deste país», escreveu Maria de Lurdes Correia Fernandes, arouquense do Instituto de Filosofia da Universidade do Porto. Em representação da editora, Edições Afrontamento, Rui Queirós de Faria frisou o valor de uma obra que «abre novas portas à história deste Mosteiro». Em mais um momento marcante para a cultura e a história de Arouca, Afonso Veiga partilhou ainda com o auditório múltiplos aspectos do contexto e do conteúdo desenvolvido no livro sobre um Mosteiro que acolheu «monjas da mais distinta nobreza», entre elas uma filha da monarquia, Santa Mafalda, Padroeira de Arouca. Manuel Sousa/RV