De atleta de voleibol do Centro Juvenil Salesiano de Arouca a árbitra da modalidade, a arouquense Inês Carvalho, de 19 anos, dirigiu este sábado, no Pavilhão da Escola Secundária de Arouca, o quarto jogo oficial para que foi convocada pela Associação de Voleibol do Porto – o jogo que opôs as Infantis do CJS Arouca às da Casa do Benfica de Marco de Canavezes [3-1]. Estudante de Ciências do Desporto na UTAD e ainda praticante de Kung Fu na Associação de Choy Lee Fat do Porto/Escola de Choy Lee Fat de Arouca, Inês Carvalho acrescentou à sua agenda dos fins-de-semana a direcção de jogos dos campeonato da formação de voleibol da Associação de Voleibol do Porto, onde estão filiados dois clubes arouquenses: o CJS Arouca e a recém-formada AD Escarizense.
Já bem dentro da modalidade, que pratica também no campeonato universitário, Inês Carvalho reside na freguesia de Moldes e contou ao RODA VIVA como é chegar a árbitra de voleibol, ela que é, provavelmente, a mais jovem arouquense a vestir essa camisola com o logótipo da FPV.
Em que associação obteve a certificação?
«Tirei o curso de arbitragem na AV Trás-os-Montes, em Maio, e pedi transferência para a AV Porto. Como a Federação foi sensível a este pedido de alteração do meu quadro de arbitragem, estou agora disponível para dirigir os jogos da AV Porto, sobretudo em Arouca e Escariz, região onde se faz sentir a falta de árbitros, embora posso ser convocada para outros encontros se houver necessidade.»
Foi, e continua a ser, atleta. O que a levou a avançar para a arbitragem?
«Sempre gostei da parte da arbitragem, por vezes já acontecia dirigir alguns jogos devido à falta de árbitros. O meu treinador sempre me incentivou muito a tirar o curso de arbitragem e decidi avançar, até porque o custo do curso é simbólico. É um tema que me interessa, o crescimento da arbitragem é importante para a associação, para o voleibol português, para a Federação Portuguesa de Voleibol.»
A modalidade, sobretudo nos escalões de formação, beneficiaria com a presença constante de árbitros oficiais…
«Nem sempre é possível. Contudo, reconheço que é diferente ter jogos arbitrados por pessoas que conhecem a modalidade, mas que não possuem a certificação, e ter jogos dirigidos por árbitros oficiais. A presença destes traz melhor imagem e respeito ao próprio jogo, porque os árbitros representam oficialmente a entidade a que pertencem, a associação distrital que supervisiona a modalidade.»
Não dispõe de VAR, como no futebol. Quais são as principais dificuldades na leitura do voleibol?
«O mais difícil são as bolas na rede, os blocos, se invade ou não, quem tocou primeiro ou não tocou, se há invasão sob a rede … são coisas muito minuciosas, assim como interpretar situações de dois toques.»
CJS Arouca e AD Escarizense, têm actualmente três e duas equipas, respectivamente, nas competição na AV Porto. Como está a ver o crescimento do voleibol no nosso concelho?
«Acho óptimo este crescimento. Os escalões de formação estão a evoluir em Arouca, embora também fosse bom a evolução para o voleibol masculino, pois há falta de atletas masculinos nesta modalidade em Portugal. Arouca está a crescer muito bem. Já aconteceu mesmo três atletas serem chamadas a treinos da selecção [duas do Centro Juvenil e uma do Escarizense]. O investimento destes clubes na modalidade está a dar resultados e a evolução da qualidade das atletas e dos jogos é notória em relação à do tempo em que eu jogava.»
Até onde pretende ir?
«Gosto de arbitrar e gostava de continuar a ser árbitra. É uma actividade de que gosto e é também o meu contributo para ajudar a minha associação, a Associação de Voleibol do Porto, e desta forma, a Federação Portuguesa de Voleibol, nesta logística de árbitros, onde ainda há falta. Ainda não pus de parte outro objectivo, que é tirar o curso treinador, mas é um assunto que remeto para mais tarde.» MMS (texto e fotos)/RV