Com apenas 15 pontos quando faltam cinco jornadas para o fim do Campeonato de Elite, a UD Mansores está cada vez mais perto da descida de divisão, apesar de, no último domingo, a equipa ter voltado a pontuar (0-0), ao travar a caminhada ascendente do Águeda na luta pelo 2º lugar. Na próxima ronda, a UDM desloca-se a Bustelo.
JOEANO CHAVES: «AINDA NÃO FALAMOS SOBRE A MINHA CONTINUIDADE»
A época 2017/2018 foi a última do ponta-de-lança brasileiro Joeano Chaves. Natural de Fortaleza, notabilizou-se ao serviço de emblemas como a Académica de Coimbra, o Vitória de Setúbal, o Rio Ave e também o FC Arouca, camisola que vestiu nas épocas de 2011/2013, na II Liga, creditadas com 46 golos em 68 jogos. Boas recordações do goleador que, então, pelo FC Arouca, ganhou o prémio de melhor marcador da Liga 2, ajudando à subida do clube à I Liga.
A continuidade nos relvados prosseguiu na condição de treinador. Era treinador-adjunto na Académica (Liga 3) quando recebeu o convite da UD Mansores. Estava-se na jornada 14, em meados de Dezembro, quando o treinador de 44 anos rendeu Rui Alexandre Rocha na condução da equipa mansorense. RODA VIVA conversou com o técnico que tem ligações de longa data a Arouca.
A UDM acaba de empatar com o Águeda, 3º classificado, mas o último lugar continua a aproximar a sua equipa da descida…
«Apesar da nossa posição, batemo-nos bem, pois o Águeda tem uma excelente equipa. Direcção e equipa técnica, todos sabemos da dificuldade em arranjar jogadores. Matematicamente ainda é possível, mas está difícil porque teríamos de ganhar todos os jogos e as outras equipas perderem. Os jogos vão passando, estamos a amealhar poucos pontos, mas vamos continuar a lutar até ao fim.»
Com que expectativas aceitou o convite da UDM?
«Já conhecia a região por ter jogado no FC Arouca. Decidi caminhar pelos meus próprios pés e fui muito bem recebido em Mansores. Tenho boa impressão da direcção, do seu presidente, senhor Geraldo Pinho, e da sua família, que fazem muito pelo clube. Agradeço o convite e a confiança que me deram.»
Pensou duas vezes antes de aceitar?
«Aceitei de imediato. Já conhecia Arouca e o campeonato distrital de Aveiro é dos melhores a nível nacional. E Arouca é Arouca… é uma terra onde fui e continuo sendo feliz, tenho muitos amigos em Arouca, com quem continuo a encontrar-me. Além das amizades, tudo que consegui foi o futebol que mo proporcionou.»
Que conceito faz do Campeonato de Elite?
«O campeonato é excelente, difícil, por ser muito competitivo e com muitos clubes que já frequentaram divisões nacionais, como o Espinho, o Águeda, o U. Lamas, a Ovarense… Dou os parabéns à Associação de Futebol de Aveiro pelo desenvolvimento que fez ao longo dos anos.»
Pretende continuar ligado ao futebol como treinador?
«Sem dúvida. Tenho o segundo nível de treinador, estou a preparar-me para poder frequentar o terceiro nível, que não é fácil, até pelos valores. Com o meu trabalho e humildade quero chegar o mais longe possível. Quando vim do Brasil como jogador, foi o que fiz e cheguei à I Liga, sem pisar nem humilhar ninguém. Agora, como treinador, continuo a gostar das coisas bem elaboradas e feitas com profissionalismo, compreendendo que os jogadores, apesar da grandeza deste campeonato distrital, têm também os seus compromissos fora do futebol.»
Qual das experiências lhe custa mais?
«Sem dúvida que ser treinador é mais custoso. Enquanto jogador, apesar de jogar um desporto colectivo, só estou a pensar pela minha cabeça e a agir com as minhas pernas. O treinador tem de pensar e compreender vinte e tal cabeças, lidar com pessoas, com as particularidades e as emoções de cada uma, tentar perceber e corrigir…. É tudo mais complexo, para que nada saia do eixo.»
Que modelo de jogo prefere?
«Jogo quase sempre num sistema 4x3x3, atendendo ao plantel que temos. Mas outros modelos de jogo podem ser usados, considerando outros tipos de plantel.»
Vai continuar na UDM?
«Não sei se é prematuro ou não, mas ainda não falamos em relação a isso. Com a experiência de vida e do futebol que o senhor presidente Geraldo tem, acho que oportunamente ele abordará o assunto comigo. Se ficar, farei o meu trabalho da mesma forma, mas começarei a época do início. Se não ficar, levarei o Mansores no coração.» MMS/RV