Foi publicado no Diário de Aveiro um suplemento sobre as maiores empresas do distrito de Aveiro em volume de facturação. Apesar de Arouca ser ainda um concelho com forte predominância de matriz rural e florestal, veja-se que o maior certame festivo do município é a “Feira das Colheitas” que este ano celebra oito décadas de vida, outros sectores de actividade vêm-se afirmando no panorama
distrital e nacional.
Esta ligação ao mundo rural e ao mosteiro, marcou indelevelmente o nosso concelho e as suas gentes ao longo dos tempos e que se encontra amplamente registada em inúmeras fontes escritas e não escritas.
Ainda hoje o papel de grande relevo desempenhado pela Cooperativa Agrícola de Arouca, a Associação dos Agricultores do Concelho de Arouca e a Confraria da Raça Arouquesa, são sinais evidentes do peso que o sector primário ainda ocupa no território arouquense.
Contudo, nas últimas décadas, sobretudo após o 25 de Abril de 1974, o modelo de desenvolvimento económico de Arouca tem alterado com o crescente avanço do sector secundário um pouco por todo o concelho, mas com maior incidência nas freguesias mais “litoralizadas” (Mansores, Chave, Escariz e Fermedo).
O sector da construção civil sempre teve tradição no concelho de Arouca. Foram muitas as pequenas empresas de cariz familiar que nasceram a partir dos anos 70 e 80 do século passado, e hoje em dia as firmas ligadas a este sector gozam de grande credibilidade junto dos principais mercados da construção civil e das obras públicas. O trabalhador arouquense é visto como alguém confiável e de grande capacidade de trabalho, características que o tornam muito cobiçado não apenas no mercado nacional como também no mercado internacional.
Por isso, foi sem surpresa que as duas primeiras empresas de Arouca no ‘ranking’ do Diário de Aveiro tenham sido ambas do sector da construção civil e obras públicas – A. Pimenta Construções e Construções Carlos Pinho, respectivamente. No outro lugar do pódio, ficou a empresa Bluetooth, do empresário arouquense Dominique Fernandes, radicado em França.
Para além daquelas duas empresas de construção civil de grande dimensão, existem outras no concelho também elas detentoras de carteiras de clientes bastante interessantes, colocando-as também em posições de destaque no ‘ranking’.
Após a análise daquele estudo, constatamos a significativa variedade de empresas de diferentes ramos de negócio que vão desde os plásticos, metalomecânica, produção florestal, marcenaria, electrónica, ar condicionado, colchões, comercialização de combustíveis, calçado… Estas empresas são responsáveis pelo emprego de milhares de trabalhadores de ambos os sexos, garantindo o sustento a muitas famílias arouquenses. Felicitamos todo o tecido empresarial do município de Arouca pelo seu espírito
empreendedor, de inovação e, sobretudo, pela sua grande capacidade de resiliência, operando em mercados de grande exigência e competitividade.
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Falta menos de um mês para que os portugueses escolham o novo governo do país. A pré-campanha já está na rua, os vários partidos vão esgrimindo argumentos entre si para conquistar a confiança junto do eleitorado. Um ritual que se vai repetindo ao longo dos anos.
Estas eleições legislativas que poderão resultar num imbróglio político, cuja resolução caberá ao Presidente da República, têm estado particularmente activas nas redes sociais, onde tem imperado o humor e a caricatura, que de alguma forma vão ajudando a desanuviar o clima de alguma crispação
que existe no palco político-partidário português.
Ao contrário das eleições legislativas de 2022 em que o arouquense Rui Vilar foi eleito deputado pelo PSD, desempenhando o cargo com grande dignidade e proactividade, nas eleições de 10 de Março Arouca estará de fora do Parlamento, uma vez que não existem candidatos arouquenses em lugares
elegíveis, apenas na condição de suplentes – Vanessa Soares (PS) e Valter Cruz (Iniciativa Liberal).
A lista da Aliança Democrática (PSD-CDS-PPM) não conta com a presença de qualquer elemento das concelhias social-democrata e centrista de Arouca, situação que se lamenta, dado o trabalho realizado por Rui Vilar e à grande expressividade do PSD no município de Arouca.
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Decorreu durante os dias 24 a 28 de Janeiro o “Arouca Rafting Summit” nas águas cristalinas e revoltosas do rio Paiva. Foram muitos aqueles que experienciaram a descida do rio a partir do Areinho, onde não faltaram momentos de grande adrenalina e diversão.
O sucesso desta actividade de aventura, que já é um cartão-de-visita do território, deve-se em grande parte à paixão e ao espírito empreendedor de Rafael Soares, que desde tenra idade nutre pelo Paiva e pela deslumbrante beleza que percorre as margens de toda a extensão daquele curso de águas fluviais.
Empresas, eleições e rafting
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