O treinador arouquense de futebol Luís Figueiredo abraçou, na época anterior, pelo SL Benfica, a coordenação de um projecto de desenvolvimento do futebol de formação na Índia. Por razões familiares, teve de suspender a participação no projecto internacional dos encarnados. Natural da freguesia de Santa Eulália e mestre em Educação Física e Desporto – especialidade Futebol, Luís Figueiredo integrou uma equipa de trabalho com o objectivo de «contribuir para o desenvolvimento regional de atletas indianos no âmbito da metodologia SL Benfica e também para uma nova geração de futebolistas Made in Benfica no país mais populoso do mundo, onde o futebol terá certamente um crescimento exponencial nos próximos anos», informou o SL Benfica no lançamento do novo projecto. Pela primeira vez na sua história, o SL Benfica assegura um acordo de longo prazo com um parceiro indiano – o Sreenidi Deccan FC, clube indiano da I-League com aspirações à Indian Super League ISL, tendo como objetivo acompanhar a formação de atletas sub-13, sub-15, sub-17, sub-19 e equipa B, em articulação com os treinadores locais, processo inicial que decorreu sob a supervisão do profissional arouquense.
«É sempre um orgulho enorme receber um convite do SL Benfica, é sinal de que o trabalho que tem sido desenvolvido por mim tem sido reconhecido. Desenvolver um projecto internacional, é ser, não só o rosto do clube, mas também do treinador português. É uma grande responsabilidade, que me motiva a fazer o melhor trabalho possível», disse Luís Figueiredo ao Roda Viva, sobre o compromisso que, em outubro de 2023, assumiu pelo clube lisboeta.
«Senti-me muito valorizado e muito bem acolhido»
«A minha função no projeto foi de head of youth development, ou seja, ser responsável por toda a metodologia de treino do clube, desde a escola de futebol até à equipa de reserva. Uniformizar o processo e colocar todas as equipas a trabalharem sobre a mesma metodologia de treino. Assim, toda a planificação dos treinos de todas as equipas e toda a formação dada aos treinadores indianos era realizada por mim. Supervisionava ainda os treinos e dava feedback in loco ao treinadores e jogadores indianos», explicou, ainda, sobre as funções de coordenação no país asiático. «O povo indiano é muito acolhedor, e valoriza muito a pessoa estrangeira. Senti-me muito valorizado e muito bem acolhido. O jogador indiano tem muito potencial, o futebol na Índia vai crescer muito nos próximos anos», frisou, sobre a receptividade que encontrou.
«Após três anos no estrangeiro, senti que tinha de voltar a Portugal»
Depois de dois anos passados na Finlândia – onde integrou uma equipa multidisciplinar que visava potenciar atletas jovens para a alta competição, e chegou mesmo a ser treinador campeão pelo Kajaanin Haka – e mais uma época na Índia, ao serviço do SL Benfica, o profissional arouquense ponderou regressar a Portugal. «Tive proposta do SL Benfica para renovar o contrato, mas após três anos no estrangeiro, senti que tinha que voltar a Portugal para estar perto da minha família, estar com o meu filho, que vai fazer 4 anos. Estou a concluir o nível III UEFA A de treinador na Escócia e o meu objetivo é pegar num projecto como treinador principal e onde possa ajudar a desenvolver o clube através da minha experiência. Hoje, sinto-me uma pessoa e um treinador muito mais completo, e confiante no futuro», referiu ainda o técnico arouquense, a caminho dos vinte anos de experiência, nacional e internacional, no futebol de formação e sénior. MMS/RV (foto: SL Benfica)