No artigo desta edição gostaria de aflorar quatro assuntos da vida do nosso município que me chamaram à atenção durante o último mês, uns pela positiva e outros pela negativa. Vou procurar abordá-los de forma sucinta e sem qualquer ordem de relevância ou de natureza cronológica. O primeiro tem a ver com o famigerado e problemático cruzamento das Alagoas (Escariz), onde se localizam os únicos semáforos no concelho de Arouca, e que nos últimos tempos tem sido palco de inúmeros acidentes rodoviários com gravidade. Ora porque os semáforos estão desligados, ora por incúria de automobilistas que resolvem arriscar e avançar quando eles estão de cor vermelha. As vias que ali se interceptam têm aumentado substancialmente de tráfego, fruto do crescimento da Zona Industrial das Lameiradas (Mansores) que se encontra muito próxima daquele local fatídico e também do acesso à nova variante na Abelheira. Convém as entidades responsáveis tomar medidas muito rapidamente para evitar a espiral de acidentes que tem sucedido, porque se formos contar com o civismo e a boa educação rodoviárias de muitos condutores que por ali circulam, os acidentes vão continuar e um dia destes com vítimas mortais.
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Foi recentemente dado à estampa mais uma publicação sobre o município de Arouca. Estive presente no lançamento do livro intitulado "120 anos de ensino oficial em Rossas", de autoria de dois filhos da freguesia de Malta, António Brandão de Pinho e Miguel Brandão. Uma obra feita com grande dedicação e rigor que levou os seus autores a uma verdadeira aventura para tentar desenrolar o fio da história de uma escola e dos seus pedagogos, nascida ainda no tempo da monarquia. Numa altura em que a classe docente anda em polvorosa e nas ruas em protesto pela melhoria das condições de trabalho, de carreira e de recrutamento, a edição daquele livro marca um período em que a figura do professor primária detinha respeito e prestígio junto da opinião pública, à semelhança do médico e do pároco. Hoje, infelizmente, apesar de muitas vezes em condições adversas e com baixa compensação económica, são muitos os docentes que por esse país fora, nos diferentes graus de ensino, vão mantendo a funcionar com grande dignidade a escola pública para que possa permitir que o elevador social tão prometido em "Abril" continue a ser uma realidade e não uma miragem!...
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A Câmara Municipal de Arouca, numa iniciativa louvável, tem procurado dinamizar a exibição de filmes no auditório da Loja Interactiva de Turismo, aposta que tem contado com forte adesão da população, que assim evita ter de se deslocar aos centros comerciais mais próximos para ter acesso à sétima arte. Os dois senãos desta actividade cultural promovida pela edilidade, no meu ponto de vista, tem a ver com o preço dos bilhetes, que julgo ser excessivo para o contexto local e atendendo a que é a autarquia que promove a exibição num espaço camarário, e ainda, pelo facto de apenas ser disponibilizada uma única sessão de cinema, muitas vezes esgotada rapidamente, ficando arredados de assistir aos filmes muitos arouquenses que certamente desejariam fazê-lo.
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Recentemente ficamos a saber que a edilidade tem vindo a recrutar técnicos superiores (licenciados em Ciências Empresariais, Administração Pública, Psicologia) em concursos públicos com prazos muito apertados (apenas seis dias) através de plataformas digitais do desconhecimento da grande maioria de potenciais interessados. Os contratos oferecidos para o exercício das funções são de longa duração (até três anos) e com remunerações bastante apetecíveis. O problema destes concursos, que depois levam às conversas de mesa de café sobre eventuais favoritismos (partidário, familiar...), é que a autarquia publica tudo e mais alguma coisa que tem a ver com o município e afins nas suas redes sociais e, estranhamente, não deu conhecimento destes concursos, num concelho onde existem muitos licenciados desempregados ou em trabalhos precários e mal pagos!... Mais intrigado fico quando a mesma autarquia até no seu facebook publicitou, ainda não há muito tempo, a abertura de concurso para admissão de assistentes operacionais!... Dá a ideia de que as publicações de emprego da CMA são selectivas consoante o estatuto e o vencimento nos postos de trabalho a criar! Num dos concursos referidos já são conhecidos os candidatos escolhidos... Vamos aguardar pelo último e depois tiraremos as devidas conclusões!...